Um pouco de arte contemporânea

27/03/2009 § 1 Comentário

rumos artes visuais trilhas do desejo

Já faz alguns dias que eu fui à exposição Rumos Artes Visuais – Trilhas do Desejo, atualmente em exposição no Itaú Cultural, em São Paulo, mas somente agora que surgiu o insight para escrever. Fiquei pensando muito e creio que foi isso que “atrasou” o post. Mas na verdade não há tanto o que falar, afinal, o que importa mesmo é que você que está lendo vá até lá e veja.

Eu gostei bastante da exposição, achei que está de “fácil acesso”, nesse ponto até concordo com uma crítica que eu li por aí, acho que na Folha, que dizia que os artistas estavam inovando pouco. Verdade ou não, vale a pena ir. Eu ainda defendo uma “regra” que eu sigo pra vida: o importante é ir e vivenciar. Você pode gostar, odiar, não entender, criticar, achar banal, mas aquilo já valeu, nem que por um instante, pra botar a cabeça pra funcionar. Alias, não só a cabeça como os sentidos.

Sobre a exposição o que eu posso falar é que a montagem está bem legal, mas às vezes um pouco confusa em relação às placas informativas de cada obra. A mostra ocupa o térreo, os dois andares subsolos e o primeiro andar do Itaú Cultural, sendo o primeiro andar onde estão as obras mais (não sei bem que adjetivo colocar…). Alias: existem duas obras que estão expostas em outro lugar, uma casa ali perto. Eu ainda não fui, quando eu for, se valer, eu escrevo algo aqui! Ah sim, perdi as anotações que tinha feito sobre alguma das obras destaques, na realidade todas do primeiro andar, mas falo o que achei mais legal neste andar: uma xilogravura enorme, simulando um outdoor; a batalha naval gigante que existe lá; e a pintura/tela/tecido, que me impressionou bastante.

Os outros andares também estão legais, com destaque para as fotografias de Sofia Borges; a vídeo-instalação “cada mudança é um esforço de permanência”, do artista Tiago Romagnani, que beira um pouco o clichê, mas não deixa de ser interessante; as mesas disfuncionais de Luciano Zanette; o vídeo feito com 991 fotografias pin-hole; os desenhos, a escultura e a animação de Daniel Herthal, que inclusive me deixaram com mil idéias!; e os desenhos-instalação de Gabriel Netto, no térreo. Ufa!

Ah sim, logo na entrada tem um vídeo sobre arte contemporânea, que não é uma obra-prima, mas tem coisas bacanas. Infelizmente o som da rua atrapalha bastante, então clique aqui e veja no You Tube! Enfim, no geral foi uma boa experiência, não tão forte, mas também não-descartável. Se você tiverem um tempo, dêem uma passada por lá e confiram!

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Rumos Artes Visuais – Trilhas do Desejo
Onde: Itaú Cultural
Até 10/05/2009

Entendendo o design espanhol

12/12/2008 § Deixe um comentário

300% spanish design

Num apanhado de 300 peças de design, a exposição 300% Spanish Design mostra com equilíbrio um pouco da história do design gráfico e de produto na Espanha. A exposição, que está no SESC Avenida Paulista, ocupando dois andares e a “vitrine” no térreo, está bem montada e coerente, embora tenha alguns pequenos erros (como, por exemplo, traduzir diseño para desenho…). Neste panorama que nos é mostrado, percebemos o que foi feito no último século, deixando claro que a Espanha é um celeiro de grandes designers.

Não falo com muita propriedade, apesar de ser praticamente um “designer de verdade”, mas a real impressão que temos é que o design por lá apesar de seguir as tendências e movimentos europeus, manteve uma certa tradição e não rompeu completamente com a cultural do país, gerando assim peças inventivas, surpreendentes, ao mesmo tempo trazendo uma assinatura própria e demonstrativa de suas raízes. Cabe dizer também que a melhor parte da exposição são as cadeiras e as luminárias. No design de produto, a Espanha deixa florescer todas as qualidades levantadas acima, ficando diante da vanguarda, projetando com força, guardando elementos próprios e coerentes.

Já no design gráfico, a impressão que temos é que devemos considerar mais o valor histórico, do que propriamente a inventividade espanhola, uma vez que a maioria dos cartazes traz muitos elementos das vanguardas, mas sem dar-lhe uma forma e função da real Espanha, exemplificado pelo maravilhoso cartaz de Josep Renau, no auge máximo do futurismo. Neste contraste com o design das cadeiras e luminárias, apenas os trabalhos de Picasso e Miró nos tiram do marasmo explícito, que só sai de cena realmente a partir dos cartazes da metade da década de 70.

Apesar de toda grandiosidade criativa dos espanhóis, também fica claro que ainda conhecemos pouco sobre sua produção (ao menos digo por mim, que apesar de já ter ouvido falar bastante, tinha uma idéia pouco real do que era o design espanhol), situando esta exposição como um ponto de partida no conhecimento de um país, que na história do design, é muito similar ao nosso. Tenho essa impressão por ver que o Brasil já teve sua produção altamente influenciada pelas vanguardas, então passou a incorporar elementos estrangeiros mesclando aos brasileiros, e agora tendo a possibilidade de fazer florescer novas tendências.

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Exposição: 300% Spanish Design
SESC Avenida Paulista
Até:
11/01/2009

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